Empresa questiona declarações de Sérgio Amadeu à imprensa
O presidente do ITI -- Instituto Nacional de Tecnologia da Informação
--, Sérgio Amadeu, afirmou nesta quinta-feira (17/6) que não irá
responder ao pedido de explicações feito pela Microsoft sobre a opção
do governo brasileiro pelo uso do software livre.
Em nota à imprensa, Amadeu chamou de "inusitada e descabida" a
notificação judicial protocolada pela empresa norte-americana, em
função das declarações publicadas na matéria da edição de 17 de março
da revista Carta Capital intitulada "O Pingüim Avança".
O presidente do instituto reafirmou que não irá desistir do uso de
sistemas como o Linux pelo governo brasileiro. "A contratação de
software preservando os valores liberdade e abertura é uma questão
ligada de forma indissolúvel ao princípio democrático", disse.
O argumento apresentado pela Microsoft à Justiça Federal é de que
algumas das colocações do presidente do ITI divulgadas pelo periódico
semanal poderiam ser enquadradas como crime de difamação previsto na
Lei de Imprensa.
A matriz brasileira de Bill Gates questiona a comparação - atribuída a
Amadeu na revista - entre a estratégia da empresa de ofertar a gestores
do poder público o sistema operacional Windows sem a cobrança imediata
do pagamento das licenças de uso e a "prática de traficante".
"Não disse as coisas dessa maneira, mas questiono, sim, a adoção do que
chamamos de técnica de aprisionamento", afirma Sérgio Amadeu,
comandante da autarquia ligada ao Ministério da Casa Civil.
O presidente do ITI classifica a apresentação do pedido de explicações
à Justiça como uma "tática desesperada face à ameaça de quebra do
monopólio" da empresa. "Eles sustentam que o software livre é reserva
de mercado, mas quem detinha a reserva de mercado até a pouco tempo
atrás eram eles próprios".
O que está por trás da movimentação da Microsoft, na opinião de Amadeu,
é a dificuldade da empresa de encarar a mudança de paradigma do padrão
tecnológico. "O software livre é comprovadamente mais seguro, pode ser
compartilhado e cresce exponencialmente", defende.
O paradigma do software proprietário, representado pelos produtos da
corporação de Bill Gates, está, segundo ele, com o casco furado. "As
empresas desse segmento já adotaram dois princípios que são
originariamente do software livre. Primeiro, elas estão permitindo, em
alguns casos, a visualização do código-fonte dos programas por causa da
segurança. Segundo, elas estão distribuindo licenças gratuitas para
governos. Quem fundou, difundiu e consolidou esse modelo foi o software
livre". (Com informações da Agência Carta Maior)
http://conjur.uol.com.br/textos/246998/
***
Parabéns ao Sérgio Amadeu por agir de forma exemplar. O Brasil
precisa de mais pessoas assim, que não tem medo de megacorporações
inescrupulosas.
Como falei antes, não vejo difamação alguma nos comentários do
Sérgio Amadeu. Apenas falou a verdade nua e crua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário